Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Inglês britânico Vs inglês Americano. Descubra as principais diferenças entre o inglês britânico x inglês americano na escrita, pronúncia e vocabulário. Um guia completo e descomplicado que vai transformar sua compreensão desse idioma global.
Quando comecei a aprender inglês, fiquei confuso. Meu professor dizia “colour” mas os filmes que eu assistia falavam “color”. Na escola era “football”, mas na TV americana era “soccer”. E assim, me vi no meio de uma ponte linguística entre dois mundos que, apesar de falarem a mesma língua, pareciam ter combinado de discordar em vários detalhes.
Se você também já se pegou nessa situação, saiba que não está sozinho. O inglês britânico x inglês americano representa uma das maiores curiosidades para quem estuda esse idioma. E entender essas diferenças pode salvar você de algumas situações bem constrangedoras!
A história por trás dessa divisão é fascinante. Tudo começou quando os colonos britânicos chegaram à América no século XVII. Com o tempo, o oceano que separava os dois territórios também começou a separar a língua.
Enquanto a Inglaterra mantinha suas tradições linguísticas mais formais e conservadoras, os americanos, em busca de praticidade, foram simplificando a escrita e a pronúncia. Um processo natural, como quando primos que cresceram juntos se mudam para cidades diferentes e começam a falar com sotaques diferentes após alguns anos.
Imagine a língua como um rio. Quando um rio se divide em dois caminhos, cada corrente segue seu próprio curso, influenciada pelo terreno que atravessa. O inglês americano foi moldado pela mistura de culturas imigrantes, pela busca de identidade nacional e pela vontade de se distinguir da antiga metrópole.
Já o inglês britânico continuou seu caminho tradicional, embora também tenha mudado com o tempo, só que de maneira diferente. As duas versões do inglês são como irmãos que se parecem, mas têm personalidades próprias.
Uma das primeiras coisas que notamos quando comparamos textos britânicos e americanos são as diferenças na ortografia. Vamos ver algumas das mais comuns:
Os britânicos adoram adicionar um “u” em palavras que terminam com “or” nos EUA:
Outra diferença clássica está no final de algumas palavras:
Os britânicos tradicionalmente usam “-ise” onde os americanos preferem “-ize”:
Embora hoje muitos britânicos também usem a forma com “z”, especialmente em contextos acadêmicos.
Os britânicos costumam dobrar algumas consoantes quando adicionam sufixos:
E ainda há diferenças como:
Imagine chegar nos EUA e pedir para “usar a casa de banho” (termo português influenciado pelo britânico “bathroom”). Um americano ficaria confuso! O vocabulário talvez seja a área com mais potencial para gerar mal-entendidos entre falantes das duas variantes.
Uma situação engraçada que pode acontecer: um britânico pode dizer que vai “knock you up in the morning” (te acordar batendo na porta pela manhã), enquanto nos EUA essa expressão tem um significado bem diferente e inapropriado (engravidar alguém)!
Se você já assistiu a filmes britânicos e americanos, certamente notou a diferença no sotaque. Mas as diferenças vão além disso.
Uma das diferenças mais marcantes está na pronúncia do “r”. Os britânicos geralmente não pronunciam o “r” no final das palavras ou antes de consoantes, enquanto os americanos costumam pronunciá-lo em todos os casos.
Assim, “car” soa como “cah” no inglês britânico, mas mantém o som do “r” no americano.
Algumas palavras recebem ênfase em sílabas diferentes:
O “t” em meio às palavras é bem diferente. Os britânicos mantêm o som de “t”, enquanto muitos americanos o transformam num som próximo do “d”:
As diferenças gramaticais são mais sutis, mas existem:
Os britânicos usam mais o Present Perfect para ações recentes, enquanto os americanos preferem o Simple Past:
Cada variante tem suas expressões características:
Esta é uma pergunta que muitos estudantes fazem. A verdade é que não existe resposta certa. Depende dos seus objetivos e preferências pessoais.
Localização geográfica: Se você pretende viajar ou morar no Reino Unido ou em países com forte influência britânica (como Austrália, embora esta tenha suas próprias peculiaridades), o inglês britânico pode ser mais útil. O mesmo vale para os EUA e sua esfera de influência.
Exposição anterior: Se você cresceu assistindo a séries americanas, pode se sentir mais confortável com essa variante. Se seus professores sempre ensinaram o inglês britânico, talvez seja mais natural continuar nesse caminho.
Campo de atuação: Certos campos profissionais podem ter preferência por uma variante específica. A área acadêmica europeia tende a favorecer o britânico, enquanto o setor de tecnologia é dominado pelo americano.
Independentemente da variante que você escolher como base, falantes nativos das duas variantes conseguirão entender você perfeitamente bem. As diferenças, embora interessantes, raramente causam problemas sérios de comunicação.
Como diz um velho ditado (adaptado): “O Reino Unido e os Estados Unidos são dois países separados por uma língua comum.”
LEIA TAMBÉM: O Inglês Como Língua Franca
Um fenômeno interessante é como a cultura e a mídia influenciam nossa percepção e uso das variantes do inglês.
O cinema e as séries americanas têm um alcance global enorme, o que faz com que muitas pessoas ao redor do mundo estejam mais familiarizadas com o inglês americano, mesmo em países historicamente ligados ao Reino Unido.
Expressões como “what’s up?”, “you guys” e “awesome” se espalharam pelo mundo graças a filmes e séries de TV.
Por outro lado, séries britânicas como “Downton Abbey”, “The Crown” e “Sherlock” ganharam fãs no mundo todo, expondo o público a expressões e ao sotaque britânico.
Livros como “Harry Potter” também levaram palavras britânicas como “trolley”, “jumper” e “rubbish bin” a leitores jovens em todo o planeta.
O inglês, como toda língua viva, está em constante evolução. E o interessante é que as duas principais variantes continuam a se influenciar mutuamente.
Muitas palavras e expressões americanas estão sendo cada vez mais adotadas pelos britânicos, especialmente pelos mais jovens. Palavras como “movie” (em vez de “film”) e “truck” (em vez de “lorry”) estão se tornando mais comuns no Reino Unido.
Da mesma forma, expressões britânicas como “cheers” (como forma de agradecimento) e “fancy” (no sentido de “gostar de algo”) estão ganhando espaço no vocabulário americano.
Na era da internet, as fronteiras linguísticas se tornaram ainda mais fluidas. As redes sociais, os blogs e os vídeos online permitem que as variantes do inglês se misturem de maneiras nunca antes vistas.
É comum ver jovens britânicos usando expressões americanas em suas postagens, e americanos adotando gírias britânicas que acham “cool”.
Essa mistura cria um “inglês internacional” que toma emprestados elementos de ambas as variantes, e às vezes incorpora também expressões de outros países onde o inglês é falado como segunda língua.
Se você está estudando inglês, aqui vão algumas sugestões úteis:
Para ilustrar melhor como essas diferenças funcionam no dia a dia, vamos imaginar algumas situações cotidianas:
Cenário britânico: “I’ll have the starter first, then the main course. Do you have any crisps as a side? And may I check the bill before paying?”
Cenário americano: “I’ll have the appetizer first, then the entrée. Do you have any chips as a side? And may I check the check before paying?”
Repare como “starter” vira “appetizer”, “main course” vira “entrée”, “crisps” vira “chips” e “bill” vira “check”.
Navegando em Londres: “Take the motorway, then at the roundabout, take the third exit and park near the zebra crossing.”
Navegando em Nova York: “Take the highway, then at the traffic circle, take the third exit and park near the crosswalk.”
Britânico: “My flat is on the ground floor. It has a lovely lounge and the estate agent said the neighbourhood is quite posh.”
Americano: “My apartment is on the first floor. It has a lovely living room and the realtor said the neighborhood is quite upscale.”
As diferenças entre as duas variantes também se refletem na educação. Muitas escolas de idiomas precisam decidir qual variante ensinar aos seus alunos.
Algumas escolas optam por ensinar exclusivamente uma variante, geralmente baseando sua escolha na localização geográfica ou nos materiais didáticos disponíveis.
Outras adotam uma abordagem mais flexível, apresentando as duas variantes e permitindo que os alunos escolham qual preferem usar, desde que sejam consistentes.
Os principais exames de proficiência em inglês, como TOEFL, IELTS e Cambridge, aceitam tanto o inglês britânico quanto o americano. O importante é a consistência: misturar as duas variantes pode ser penalizado.
Uma questão interessante é para onde o inglês britânico e o americano estão indo. Eles estão se aproximando ou se afastando ainda mais?
Alguns linguistas acreditam que, com a globalização e a comunicação instantânea, as duas variantes estão gradualmente se aproximando. A internet e as redes sociais permitem um intercâmbio constante de expressões e termos.
Outros argumentam que, apesar desses fatores, as variantes continuam a seguir caminhos distintos. Novas gírias e expressões surgem constantemente em ambos os lados do Atlântico, e nem todas cruzam o oceano.
O inglês britânico x inglês americano representa duas faces fascinantes de uma mesma língua. As diferenças entre eles refletem histórias, culturas e identidades distintas, mas interconectadas.
Para os estudantes de inglês, essas diferenças podem parecer confusas inicialmente, mas com o tempo se tornam uma parte rica e interessante do aprendizado. Elas nos lembram que línguas não são entidades estáticas, mas organismos vivos que evoluem e se transformam constantemente.
Seja qual for a variante que você preferir, o importante é comunicar-se com clareza e eficácia. E talvez, ao final do dia, a beleza do inglês esteja justamente nessa diversidade, nas muitas maneiras de expressar a mesma ideia.
Share this content: